quinta-feira, 12 de maio de 2011

CARNE TÚMIDA

Eu estava no princípio do espectáculo

quando escutei o murmúrio da noite inclinada,

sussurrando baixinho em meu ouvido

soltou uma voz líquida e compacta como néctar.



A minha vez foi anunciada pela mãe das marés, o privilégio da vida.



Apesar dos contrasins, nas curvas do teu corpo

um livro de sabedoria, guiava me por ti

por entre dedos o tilintar das tuas entranhas

revelou se qual pedra esmerilada, carne túmida

no gemido, as pálpebras quentes a queimar

floriácio devir do toque dos corpos.

Exausto adormeci, sentindo a porta deixada aberta

pelo teu calor, liquefeito eu dentro de ti.

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