terça-feira, 17 de maio de 2011

BOLSO ROTO DA ALMA

Quadrado de mente


obtuso ângulo na forma de estar.

Sol peneirado queria ele, sonhava alto

este mancebo mesmo se na horizontal posição.

É um deleite de si próprio

arroga certeza químicas

em doméstico laboratório.

Um dia… tropeçou num fio de aranha

nariz caído certeiramente

no centro da teia

deixou de respirar, mas não de ver

o descalabro estatelado onde tombara.

Cogitou ainda uma saída.

Azar… seu spray anti labirinto

caíra do bolso roto da sua alma.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

CARNE TÚMIDA

Eu estava no princípio do espectáculo

quando escutei o murmúrio da noite inclinada,

sussurrando baixinho em meu ouvido

soltou uma voz líquida e compacta como néctar.



A minha vez foi anunciada pela mãe das marés, o privilégio da vida.



Apesar dos contrasins, nas curvas do teu corpo

um livro de sabedoria, guiava me por ti

por entre dedos o tilintar das tuas entranhas

revelou se qual pedra esmerilada, carne túmida

no gemido, as pálpebras quentes a queimar

floriácio devir do toque dos corpos.

Exausto adormeci, sentindo a porta deixada aberta

pelo teu calor, liquefeito eu dentro de ti.